segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

RAINHA





Há descanso nas membranas da alma
Vulcões no agitar super láparo- felino
Numa cachola mui pensante
É o início de uma rampa
Uma visão montanhosa
Transparecem cortes superiores
Já não se visualizam capas
Vê-se um ângulo inigualável
No corte perfeito da cabine.

Realça-se brancura na negritude
Um peso de cortinas soltas ao redor
Avião que se prepara para o vôo
Viagem de duas estrelas singelas
Quase escondendo a beleza lunar
Aproximando à delicadeza
Há tristeza, sensualidade e paixão
Na boca onde tudo se decifra
No ar de soberana rainha...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

VOLTEI










Voltei a viver a noite,
pois faz parte de mim.
Trilha no meu peito,
dorme na minha alma.

Voltei a encantar a lua.
Busco vê-la cheia
e beijar sua luz,
ciumando o sol.

Voltei a dedilhar as estrelas,
deitando em sua rede,
namorando o mar,
compondo nosso universo.

Voltei
A noite despertou
O sonho me tocou
Em novo poema me tornei.



(Sergio&Carmen Regina)

sábado, 28 de novembro de 2009

IRIS


Na Iris do olhos teus
fluem reflexos azuis
Adornando o arco juvenil
É um fado e cor...ação,
carinhos da lua
e só
inspira
dor
E eu sentado aqui
Captei riquezas
Raios de pupila
Deslumbrante
No arco da bela
Aquela flor


(Sergio, 27/11/09. às 00:40)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Manhã








Quando a manhã se faz presente
E traz consigo a beleza do dia
Chega de mansinho, como um passarinho
Guarda no seu bico o graveto, a flor
Brinca com minha alma
Sobe  nas montanhas
Desce no lajedo
Estoura no meu mar

Deslumbramento








Abro o meu coração num grito e ouço o eco da noite
Deslumbrando no cair da chuva fina, sorrateira
Canto pros mares de cá das delícias que recebo de lá
Acordando os passarinhos num convite a fazer um coral
Pétalas de flores caem e o chão já é um jardim
Fumegante é a cor dos olhares profundos, fluentes da lua
Doce se faz a caminhada em campos de lírios
Sobe da terra uma fumaça clara, prenúncio de chegada
E eu aqui, sentado sobre a pedra, vejo o nascer do sol.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Amor, amor, amor...


Amor, amor, amor...

Esta noite linda desejo entregar ao Poeta,
Tocar seu coração desponta como minha meta.
Deitar-me no corpo da tua voz, e os gemidos
A nossa seresta.
Sou tocado pela forma carinhosa de verbalizar
Nutro dos teus poemas, sofro a dor, curto o mar
Curta, é esta veste que nos reveste, sem se cansar!
Nos curta amor... No enveneno do poema tão nutrido!
As águas da tarde celebram uma canção de amor
Correm por entre mil córregos. Já não sou só
Riachos murmuram, cisnes dançam nos espelhos de água dos lagos,
As cascatas abraçam as pedras, os musgos sorriem,
E eu morro de sede de amor
Peixes que passam e olham dentro do espelho dos seus olhos
Enquanto borbulham as bocas na construção de um mergulho
Peixe sou sereia! Canto o amor à beira mar,
Meu hálito borbulha no ar.
...E por certo o cheiro do teu ar encanto há de eu tragar...
Ou me trague a garganta do mar...
No amor não há troca, é o fruto no jardim
No amor não há volta, é um alto mar sem fim

Sergio Dittencourt, Carmen Regina & Vera Lúcia Bezerra

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O corpo e o mar









Teu corpo me chama
Nas tardes de sol
É a voz que reclama
Um porto sem nau

É o sol, é a lua
É a água com sal
É o mar que ondula
Varanda e quintal
É a casa da gente
É a estrela cadente
A noite a brilhar
Um poeta a cantar
Minha boca na sua
Um beijo molhado
Corações pulgentes
Os corpos são quentes
Desejo de amar



Sergio e Ary Peçanha

Haja poesia!
















A saudade da poesia bateu bem profundo
Lançando nas veias a chama que chama
Haja poesia!
Haja corpo de verso despindo as falas mansas
Haja sentidos para as palavras
Quentes e sôfregas que cravas no peito do poeta;
Haja lugar! Montes, grutas, altar...
Haja papel, tela, pergaminho...
Ah! Haja espaço em seio...


Meus redemoinhos correndo sobre essa tela,
Apagando o inverno pra poesia deitar...
E o vulcão do poeta ressuscitar
Letra a letra, verso a verso, chamas,
O peito do poeta aberto,
Poesia na ponta da língua...
... Escorre, a aquarela vai virando rosa
As pinceladas o agonizam...


À flor da pele,
Despertam-lhe as ninfas ardentes,
Macias e fogosas,
Canteiros delírios cercados de rosas...
Entre os pistilos e pétalas,
As almas se transportam!
Os corpos se adornam de pólen!
A poesia poliniza com o teu beijo...
E o ventre engorda...



Sergio Bittencourt & Carmen Regina & Vera Lúcia Bezerra

O verdadeiro amor


















Todos querem ser sempre amados
Eis a necessidade suprema do ser
Ao definirem o tema, uns ficam engasgados
gaguejando ao procurar o que dizer
Para uns surge uma sensação estranha
Para outros um interesse profundo
Há entusiasmo por algo sem valor
Atualmente se perdeu o conceito do amor

Qualquer coisa que explique vai ser aceito
Uns procuram amor em lugares errados
Precisam dele como algo que bate no peito
Querem encontrá-lo, mas onde serão amados?
Como saberão, enfim, se é perfeito?

O amor mostra bondade, não sendo excêntrico
Ele atende necessidades dos dias que passam
Não há razão para nos acharmos mal amados.
Só se define amor estando arraigado nele.


Seu amor efêmero ficará á deriva

Vagando, num mundo que é só seu
Sem ancoradouro, singrando em sentimentos vis
Ou cumprindo um dever, sem harmonia
distante da mais plena e perfeita alegria.
Tome agora o propósito e esqueça o seu "eu"
Viva a verdade do amor

Deixando-o ancorado em Deus.

LUA E ESTRELA


















Minha vida é amante


Meu peito é cantor


cada pedaço de cravo


que destravo à noite


toma a minha mão


desatanto a lua


de uma estrela ardente


que beijou seu pé.

A rosa e a luz
















Solto esta rosa porque almeja voar

O desbroto foi forte e alcançou o mar
Uma torrente de desejos desaguou

Causando acidentes, fazendo-se flor

Atiçou caules, brotos e pétalas

Banhou-se em chuva de lágrimas

E arrancou feridas escondidas

Trazendo assim, a lucidez da luz.

domingo, 19 de abril de 2009

LINDA POESIA




Que linda poesia!

A vida é um poema de amor
Canto a esperança dos jovens
Grito pra quem não quer ouvir

Sofro com o prazer de um lagarto

Solto as amarras e vôo

Numa dança sem medo, sem dono
Nado feito um caracol

Portas e janelas se abrem

Nasce finalmente o meu dia

Em mim reflete com ternura

A mais linda cor do sol.



Dedicado à
Susan Boyle, em 19 de Abril de 2009, às 19:26 horas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


Ave sonhadora




Linda é a cor do teu olhar
Um pomar de conchas flutuantes
Iluminando os montes e vales
Refletindo amor em cada canto
Os detalhes dos teus dedos
são vistos em cada mover
Pelo acariciar das mãos
me deixo adormecer
e depois cubro de beijos tua face.
Pela robustez dos teus braços
torno-me mais forte
Cresce a cada dia um despertar do sol
sombreado pelo embaralhar dos cabelos
Tua imagem transforma o ser
Desanuvia a visão, limpa a pele
liberta a ave sonhadora
que vive dentro em mim.
SABOREANDO PÉTALAS

Agora que os poetas se contorcem em meio ao vento cintilante com frases embaralhadas pelo momento, contemplo os gestos, releio as falas, mergulho nos olhos buscando emoção ou quem sabe a razão de estarmos assim, colhendo dos frutos das jaboticabeiras e saboreando das pétalas de uma canção perene. Foge de mim a razão de estar e chove no meu corpo interior, em cores dançantes, um turbilhão de desejos incontidos de aprofundar na vida e visualizar mais e recomeçar...
CHAMAS


São vorazes estas idas e vindas do amor
São agruras que não evitamos
ossos secos pintados pelo tempo
partículas de um momento
Que se perde no infinito
Bombeadores de robustez
Pelo queimar das chamas
Que purificam a alma
E colhem a perfeição.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


Manhã de Domingo





Eu estava ao seu lado
Naquele tal momento
Em que a chuva caía
Batendo contra o vento
Na manhã de domingo
O seu choro contido
O seu mundo deserto
Pra matar essa mágoa
Só o ombro de um amigo
É o remédio certo

Eu estava ao seu lado
Naquele tal domingo
Em que o seu estado
Tem tudo a ver comigo
E sua forte presença
Vem matar a tristeza
Que me bate no peito
É a dor da saudade
Do poeta e a cidade
Que se foi no tempo.


(música dedicada ao meu amigo Ary Peçanha, composta em meados de 1997).

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


HOJE




Hoje a noite é quem fala comigo
Na calmaria do tempo
Hoje estou ouvindo o silêncio
Que me veio trazer acalento

Hoje o tempo não é meu amigo
Mas meu canto não pode cessar
Pois a dor não sufoca o sorriso
Vou cantar

Hoje vejo cair mil estrelas
No meu céu sem firmamento
Hoje sinto minha força pequena
Se esvaindo em sofrimento


(Parceria com Cirilo Buridan Nantes Dornelas, o Bury)