Não sei porque tanta chuva cai
em certos lugares
Havendo seca noutros,
mas descobri
quando se entrega a outro
recebe-se rendição semelhante.
As águas que correm nos olhos
Nem se comparam àquelas que fluem do coração.
Há nascentes que ainda não brotaram
Há rios que deixaram de correr
Há anseios e sentimentos não vividos
Há amores não atraídos.
Quem poderia se afogar num lago
sem nele ter caído ou entrado
inda que vagarosamente?
Sei apenas que o mar recebe todas as águas
Quentes, frias, finas, torrenciais, imensas, poluídas...
Porque não chove mais no meu íntimo
As torrentes da paixão?
Porque não há mais gotas na cumieira do meu corpo?
Nem orvalho nas membranas da alma?
Solo Dio sa
(Sergio Bittencourt)
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domingo, 25 de maio de 2008
Água
segunda-feira, 19 de maio de 2008
LEOA INDOMADA
Assim, com jeito de quem vai atacar
vem a leoa indomada
burilando os lábios
roçando a pele
mastigando um doce
castigando os machos
queima minha face ao vê-la rosnar
cócegas dominam a alma
ansiosa por prestar homenagens
E foge minha aurora
quando levanta ombros
caminha solta
e mais uma vez, vem...
Sergio Bittencourt
POESIA
BORBOLETA
Adeja borboleta esvoaça este vento
Que te joga de lado a todo momento
Atrás de uma esperança de lanças a voar
Agitando antenas, correntes de ar
Tuas asas cintilantes em pedaços se desfaz
É uma porção de si que deixaste atrás
Tal qual papel solto ao léu deste vento
Há jovens que voam além do momento
Borboleta pára, mocidade espera
É inútil lutar contra o inevitável
É tal como fogo que pega na palha
Há jovens que voam no céu da migalha
Borboleta vem e vê tudo se dilacera
Enquanto tu paras o jovem espera
Por rios que correm sem encher o mar
E as aves que voam por anseios vis
Há jovens que deixam o chão de um país.
Sergio Bittencourt
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