sexta-feira, 22 de agosto de 2008

VAGANDO NO TEMPO


Às vezes a vida nos prega peças
que cravadas nas tábuas do nosso coração
nos fere e, inclusive, impede uma boa caminhada
Às vezes me pego pensando no ontem
e descubro em mim um estranho pensante
tentando agarrar o nada em tudo
Às vezes me sucumbo em calmarias
que nem a praia que amo se iguala
fico absorto feito cabrito no pico do morro
Quantas vezes quis sair de mim
e sorrir de mim mesmo, pelas peripécias dos atos
Quantas vezes andei chorando e só
à procura do meu verdadeiro eu
e só encontrei o ego de um poeta triste
Muitas vezes busquei no acaso o caso de amor
como quem caça um tatu escondido na toca
Outras vezes, tantas vezes, me achei perdido
feito um cachorro louco, numa estrada em curvas
Agora, vislumbro aqui dentro outro alguém
Pronto pra recomeçar e soltar fogos
e, que artifício me faria deixar de olhar o ontem
fitando no hoje o tudo donde vêm respostas?


Sergio Bittencourt

domingo, 17 de agosto de 2008

Amanhecer


Amanheço na cidade
O sol vem brilhar pra mim
Como um dia mais bonito
Dos que contemplei aqui
Como um grande arco-iris
O asalar de colibri
E agora um riso
Um canto de um tisiu
Faz briso maior
Agora um riso
um beijo
um sorriso
Faz brilho maior.



(música composta em 1978)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

ASA



Com o corpo aberto ao sol
Eu vou
E minh' asa me leva além
Desta lua Que banha meu corpo
Cansado da luta De tanto correr
Atrás do progresso
Que o tempo sonhou
E agora é verdade
O robô ocupando espaço
É o fim deste sol
Que banha meu corpo cansado da luta...
Vou voar.


(música composta em 02/01/82, em parceria com Bury)